Quem dorme cedo vive mais, indica estudo
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Quem dorme cedo vive mais, indica estudo

Pessoas de hábitos noturnos têm um risco 10% maior de morrer mais cedo do que os indivíduos matutinos

Que horas que você vai dormir hoje? Se nos permite dar um conselho amigo, não vá para cama muito tarde. Talvez seja melhor deixar para assistir séries na manhã do dia seguinte ou reestruturar melhor sua rotina, alocando tarefas em horários que não irão atrapalhar suas horas de sono. Em vez de lotar sua noite com tarefas, vá dormir cedo – é bem melhor para sua saúde.

É isso que indica novo estudo realizado por cientistas da Universidade de Surrey (Reino Unido) em parceria com a escola de medicina da Universidade de Northwestern, em Illinois (EUA). Segundo a pesquisa, quem cai nos braços de Morfeu cedo têm mais disposição para amanhecer com o Sol e maiores chances de viver por mais tempo.

Essa é a conclusão à qual o grupo chegou após analisar mais de 433 mil pessoas, que foram convidadas a avaliar suas preferências em relação a períodos do dia. Cada uma delas teve que se classificar em alguma das categorias seguintes: ou eram definitivamente matutinos, matutinas moderadas, noturnas moderadas ou definitivamente noturnas.

Em seguida, os cientistas mediram a probabilidade que cada participante tinha de vir a falecer nos próximos seis anos e meio (e as mortes que de fato ocorrem).

Após cruzar todos os dados, os autores do estudo puderam concluir que as pessoas noturnas, ou os “corujões da noite” (night owls, em inglês) têm um risco 10% maior de morrer mais cedo do que os indivíduos matutinos. A pesquisa foi publicada no periódico Chronobiology International.

Além de estarem mais propensos a falecer mais cedo, essas pessoas também apresentaram níveis mais elevados de diabetes, doenças e distúrbios mentais. “Há consequências para a saúde e para o corpo de pessoas noturnas que tem que viver em um mundo de pessoas matutinas”, avaliou professor de neurologia da Universidade de Northwestern.

Para os autores, essa é uma questão de saúde pública e é necessário que pensemos em criar outras rotinas de vida para pessoas noturnas. “Devemos permitir que indivíduos noturnos entrem e saiam do trabalho mais tarde, em locais que seja possível. E precisamos de mais pesquisas sobre como podemos ajudar essas pessoas a manterem o relógio biológico ajustado com o horário do Sol”, afirmou professor de cronobiologia da Universidade de Surrey.

A ciência ainda não tem certeza porquê existem pessoas com um relógio biológico desregulado do horário solar, mas há especulações de que isso pode estar relacionado com estresse psicológico, refeições em horários errados, falta de exercícios físicos, insuficiência de horas de sono ou ficar acordado até altas horas. Talvez também tenha relação com o uso de drogas e álcool. “Há uma variedade de comportamentos não saudáveis que estão relacionados ao comportamento de ficar acordado até tarde”, explica um dos especialistas.

Uma pessoa noturna pode virar matutina? De acordo com os cientistas, tanto a genética quanto o ambiente influenciam no perfil de cada pessoa. Ou seja, isso quer dizer que há uma parte de nós que permite alterações, mas há outra que não temos nenhum controle sobre.

Uma forma que os autores do estudo sugerem para tentar alterar esse comportamento é se expor à luz da manhã e reprimir as luzes da noite; tentar dormir em um horário regular e não ir muito tarde para a cama; adotar um estilo de vida saudável e entender que dormir é importante; e, por fim, não deixar tarefas para serem feitas muito tarde.

A sociedade também pode ajudar! “Se entendermos que os cronotipos são, em parte, determinados pela genética, e não um defeito, podemos pensar em rotinas de trabalho mais flexíveis para pessoas noturnas. Eles não devem ser forçados a ter um turno que começa às oito da manhã. Os turnos de trabalho devem combinar com o relógio biológico dos funcionários. Algumas pessoas funcionam melhor pela noite”, afirmou um dos autores do estudo.

Para ter mais informações sobre o assunto, os pesquisadores esperam continuar a estudar o assunto e pensar em intervenções possíveis (e sem impacto para a saúde) para garantir que as “corujas noturnas” consigam se adaptar a uma rotina mais diurna.

Fonte | Galileu

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