Esqueça os millennials. Uma nova geração está surgindo. Fluente em idiomas, empreendedora precoce e dona de opiniões fortes. E não para por aí: essa geração domina habilidades que vão muito além da tecnologia. Ela prioriza a saúde mental, abraça a cidadania global e é mestra em comunicação e colaboração. Quer saber mais sobre as dez habilidades incríveis que definem essa geração e como ela está moldando o futuro?
O mundo do trabalho está mudando rapidamente, e o desafio da Educação Básica é acompanhar esse ritmo. Mais do que conteúdo, as escolas procuram alternativas para formar jovens com habilidades essenciais para um futuro cada vez mais tecnológico. Mas quais são essas habilidades e como elas podem ser desenvolvidas desde a infância? Se falar inglês era um diferencial, hoje é quase uma exigência – e as crianças chegam à fluência com naturalidade. Se empreender era trabalho para adultos experientes, atualmente os jovens criam as próprias startups já no Ensino Médio. Confiantes e conectados, eles se destacam em debates, cozinham como chefs e se preocupam com saúde mental e impacto social.
De acordo com o Fórum Econômico Mundial, pensamento crítico, criatividade, colaboração e inteligência emocional estão entre as competências mais valorizadas pelos empregadores. Para especialistas, esse movimento reflete a necessidade de profissionais capazes de se adaptar às novas demandas tecnológicas e sociais.
Segundo Meire Nocito, diretora institucional educacional do Colégio Visconde de Porto Seguro, em São Paulo (SP), a preparação dos alunos deve ir além do aprendizado acadêmico e envolver competências socioemocionais, pensamento crítico e domínio das novas tecnologias. “As escolas que já entendem essa necessidade estão adotando práticas inovadoras que oportunizem o autoconhecimento, o desenvolvimento de habilidades de relacionamento e a capacidade de autogestão, numa postura pró-saúde e pró-cidadania, para garantir que os alunos estejam preparados para desafios que ainda nem conhecemos”, afirma a especialista.
1. Aulas de idiomas com imersão real
Enquanto nós aprendíamos outras línguas apenas por intermédio de livros e exercícios gramaticais, as novas gerações têm a oportunidade de praticar de forma viva e contextualizada, por meio de aulas ministradas no idioma do dia a dia. No Colégio Visconde de Porto Seguro, em São Paulo (SP) e Valinhos (SP), os alunos não só aprendem outras línguas – inglês, alemão e espanhol – de forma convencional como também participam de simulações de situações cotidianas e projetos que os envolvem em contextos globais, o que acelera o desenvolvimento da fluência. O Colégio organiza anualmente o evento Porto Seguro Model United Nations (POSMUN), uma simulação diplomática realizada pelos estudantes do Ensino Médio do Currículo Internacional. Eles assumem o papel de diplomatas de um dos Estados-Membros da Organização das Nações Unidas (ONU) para debater e propor soluções para problemas globais – tudo em inglês. O evento é planejado, organizado e realizado pelos próprios alunos, sob supervisão da Diretoria, simulando todos os aspectos de uma reunião da ONU. Em 2024, entre outros temas, foram abordados: o impacto das sanções à Rússia, o trabalho infantil e a exploração, o combate à disseminação de grupos terroristas no Oriente Médio, as desigualdades globais na saúde no tratamento de doenças não transmissíveis e a crescente competição geopolítica pelos recursos do Ártico.
2. Empreendedorismo e Inovação na prática
Se nós 35+, na nossa juventude, sonhávamos com um futuro profissional distante, hoje os estudantes aprendem a criar suas próprias empresas ainda na escola. Na Canadian School of Niterói (RJ) o desenvolvimento da criatividade e autonomia é trabalhado de forma estruturada, especialmente por meio da metodologia de Aprendizagem Baseada em Projetos (Project-Based Learning). O trabalho interdisciplinar reflete a proposta do currículo canadense adotado pela escola que prioriza o desenvolvimento de competências como criatividade, colaboração e pensamento crítico. A escola proporciona aos alunos oportunidades de explorar conceitos de maneira prática, utilizando ferramentas e materiais que fomentam a habilidade manual e a inovação.
Já o Brazilian International School (BIS), de São Paulo (SP), investe no ensino de empreendedorismo. As turmas de Ensino Médio, por exemplo, têm uma disciplina eletiva sobre o tema. A instituição acredita que ensinar empreendedorismo aos jovens na escola é fundamental para despertar a criatividade, a autonomia e a capacidade de resolver problemas, preparando-os para um futuro onde a inovação e a iniciativa serão essenciais. Prova disso é o desenvolvimento do projeto “myCalling”, uma startup criada por alunos da instituição, que usa a Inteligência Artificial para facilitar a vida de candidatos a processos de admissão em universidades internacionais. O aplicativo “conversa” com o estudante, entendendo suas paixões e aspirações, compilando e cruzando dados para traçar o perfil do estudante e da melhor opção de faculdade, unindo a tecnologia com o toque humano de um conselheiro educacional. O projeto foi premiado na competição “The Masters – Insight into Management”, na Inglaterra; e na “Olimpíada de Empreendedorismo para alunos de Ensino Médio com investidores Reais”, no Brasil.
3. Debates e apresentações de alunos
Se no passado o medo de falar em público era uma barreira que muitos só conseguiam superar na fase adulta, hoje os alunos são incentivados desde cedo a se expressar diante de uma plateia. As escolas proporcionam já na infância atividades de apresentação, ajudando os estudantes a desenvolver confiança e habilidades de oratória. Em 2024, o Colégio Visconde de Porto Seguro foi escolhido como sede da edição nacional do Jugend Debattiert (“debate juvenil”, em português), competição de debate em alemão para alunos do Ensino Médio de escolas alemãs. O evento é organizado em vários países do mundo pelo Governo alemão e tem como objetivo promover o desenvolvimento das competências linguísticas dos alunos e contribuir para a ampliação do conhecimento deles, além de colaborar para o desenvolvimento do pensamento democrático. Duzentos mil alunos de 1.700 escolas alemãs e cinco mil professores participam do Jugend Debattiert em todo o mundo. O evento também oferece treinamento em métodos e material de aprendizagem prático para o ensino orientado para competências.
4. A Valorização do bem-estar e da saúde mental
Nossos filhos têm a sorte de crescer em uma época onde a saúde mental é tratada com a mesma importância que a saúde física. Nas escolas de hoje, os alunos aprendem práticas de autocuidado, mindfulness e técnicas para lidar com o estresse, melhorando sua qualidade de vida e seu desempenho acadêmico e social. A Escola Internacional de Alphaville, de Barueri (SP), promove ações voltadas para a convivência ética e o bem-estar. Por meio do Núcleo de Convivência Ética, Ciência do Bem-Estar e Auto Realização, a instituição desenvolve programas que abrangem desde formações específicas para toda a equipe até atividades que promovem o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. “Nossa cultura escolar é construída sobre valores que incentivam o respeito, a empatia e a convivência ética. Investimos em estratégias que incluem assembleias, discussões mediadas e projetos de resolução de conflitos, todas mediadas por professores tutores preparados e formados para essas habilidades”, afirma a gestora da escola, Ana Cláudia Favano. O Programa está presente em todas as séries, oferecendo aulas que envolvem as mais diversas estratégias para desenvolver comportamentos, habilidades e atitudes respeitosas e éticas nos relacionamentos das crianças e jovens. Essas iniciativas ajudam a prevenir problemas como o bullying e fortalecem as redes de apoio dentro e fora da escola.
5. Educação Financeira na Prática
O Colégio Visconde de Porto Seguro desenvolve o projeto extracurricular Escola de Negócios para Jovens, que tem como objetivo preparar os estudantes bolsistas do Ensino Médio para o mundo do trabalho com aulas de Educação Digital, Inglês para Negócios e Matemática Financeira, após todo caminho percorrido nas séries anteriores do Fundamental, em que os alunos ouvem falar pela primeira vez sobre educação financeira. Dessa maneira, é realizado todo um planejamento escolar com o objetivo de ensinar enquanto trabalha com o orçamento das famílias, ajudando na quitação de dívidas, pagamento de impostos e aumento de renda que chega a transformar a vida dos alunos.
A ideia de contribuir com a família dos estudantes surgiu do professor de Matemática Financeira William Ulisses, que trabalhou durante 20 anos em uma instituição estadual de ensino de São Paulo. “O estudante de modo geral considera a matemática financeira desinteressante, por isso o educador precisa aprender que esse relacionamento é saudável e que é necessário se adaptar e inspirar os alunos. O olhar do professor é uma obrigação social, e eu percebi isso dando aula em Paraisópolis, porque lá eles não possuem aula de Matemática Financeira, apenas de Matemática pura, mas ela não mostra o caminho em si que ele precisa trilhar, já que muitos possuem comércio na comunidade”, afirma William.
6. Conexões globais desde a infância
Enquanto nós, no passado, construímos nossas redes de relacionamentos de maneira local e muitas vezes isolada, hoje as novas gerações estão conectadas com o mundo inteiro, seja por meio de projetos colaborativos internacionais, intercâmbios virtuais ou parcerias com escolas de outros países. Essas experiências ampliam a visão de mundo e ajudam a desenvolver uma empatia global. A Escola Bilíngue Aubrick, de São Paulo (SP), tem um compromisso com o desenvolvimento de líderes globais e cidadãos conscientes. Como a única escola brasileira membro da rede mundial de escolas Round Square – que valoriza a educação baseada nos ideais de Internacionalismo, Democracia, Sustentabilidade Ambiental, Aventura, Liderança e Serviço – a instituição oferece experiências educacionais transformadoras e promove o intercâmbio cultural dos alunos com colegas de todo o mundo. Em novembro do ano passado, por exemplo, os alunos Gabriela Tavares e João Victor Xavier foram os únicos estudantes brasileiros presentes na Conferência de Round Square “Cultural Peak Adventure”, realizada em Madri, na Espanha, ao lado de 200 alunos de 30 escolas de 21 países. Durante o evento, os estudantes participaram de uma rica programação de integração cultural, que incluiu atividades culturais, workshops práticos e debates de grande relevância.
O Colégio Visconde de Porto Seguro realiza todos os anos videoconferências globais e oferece aulas magnas internacionais com convidados especiais. No último ano, os estudantes do 5º ano receberam a visita de Charity Ikpe, engenheira mecânica estrutural e líder de capacitação da empresa Boeing e ex-funcionária da Nasa. Ela contou sua experiência na área da ciência, estimulando os estudantes a participar da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica. Já os alunos do 3º ano conversaram com o escritor Jonas Ribeiro, autor do livro A bicicleta voadora. As crianças tiraram dúvidas sobre a obra, que integra o currículo literário do Porto Seguro. Estudantes do 1º e 2º anos, por sua vez, receberam Nik Sabey, idealizador do projeto “Novas Árvores por Aí”, que visa revitalizar áreas verdes. Eles aprenderam sobre o plantio de árvores em calçadas e o desenvolvimento de pequenos bosques urbanos. Acreditamos que a educação vai além da sala de aula e se expande para o mundo. Por isso, incentivamos nossos estudantes a participarem de videoconferências globais e aulas magnas com especialistas de diversas áreas do conhecimento. Essas experiências enriquecedoras proporcionam benefícios significativos para o desenvolvimento intelectual, social e emocional das crianças e jovens.
7. Aulas personalizadas e ensino híbrido
Com a implementação do ensino híbrido e tecnologias educacionais, nossos filhos podem aprender de acordo com seu próprio ritmo, em uma experiência mais personalizada. Isso significa que, ao invés de uma abordagem única para todos, os alunos têm a chance de aprender de forma que melhor se adapte a seus estilos de aprendizagem, resultando em uma educação mais inclusiva e eficiente.
A personalização do ensino é um dos pilares da Escola Canadense de Brasília (DF), garantindo que cada aluno aprenda no seu próprio ritmo. A instituição combina práticas tradicionais com metodologias ativas, incorporando tecnologias educacionais que ampliam o aprendizado. Como uma Certified School do International Baccalaureate® (IB), a escola promove ensino inovador desde a infância, estimulando o pensamento crítico, a autonomia e a resolução de problemas. Além disso, o ensino híbrido se torna uma realidade no programa acadêmico, integrando aulas presenciais e online, uso de plataformas interativas e metodologias que incentivam a participação ativa dos estudantes.
8. Opiniões fortes e autoconfiança
O desenvolvimento da autonomia e da confiança é um ponto forte das novas gerações. Hoje, os estudantes são incentivados a se posicionar e a desenvolver as próprias visões de mundo, aprendendo a ouvir e a respeitar o outro, ao mesmo tempo que defendem suas opiniões de maneira assertiva e respeitosa. No Colégio Visconde de Porto Seguro, os projetos pedagógicos estimulam o protagonismo juvenil e o debate construtivo. O TEDxKidsPortoSeguro e TEDxPortoSeguroSchool, promovido pelo Colégio desde 2016, por exemplo, proporcionam uma oportunidade única para os estudantes compartilharem seus objetivos com o mundo. Com cerca de 150 palestras ministradas, o projeto aborda temas urgentes e relevantes para a sociedade. Outra ação apoiada pela Instituição é o Changemaker, evento internacional que mobilizou estudantes do Ensino Fundamental II dos quatro câmpus sobre três Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: erradicação da pobreza (ODS 1), fome zero e agricultura sustentável (ODS 2) e saúde e bem-estar (ODS 3). Quatro equipes do Colégio se destacaram, ficando entre as cinco primeiras colocadas entre, aproximadamente, 500 equipes participantes em todo o mundo.
9. Desenvolvimento de soft skills desde a infância
As chamadas “soft skills”, como empatia, comunicação, colaboração e resolução de problemas, são tão ou mais valorizadas do que o conhecimento técnico. Hoje, essas habilidades são ensinadas de forma estruturada e intencional, desde os primeiros anos escolares. No Colégio Magnum Agostiniano, o programa “Habilidades para a vida” visa desenvolver habilidades socioemocionais, proporcionando conhecimento intrapessoal e interpessoal de forma protagonista. Com atividades extraclasse e facultativas que integram os campos da arte, cultura, esporte, ação social, socioambiental, empreendedorismo e espiritualidade.
Habilidades socioemocionais, como liderança, trabalho em equipe, resiliência e comunicação, são amplamente trabalhadas nos programas extracurriculares da Escola Canadense. Com opções como teatro musical, música, xadrez, futsal, jazz dance, circo e judô, os alunos aprendem na prática conceitos como disciplina, respeito ao próximo e empatia. “Atividades extracurriculares são fundamentais para a formação integral dos alunos. Elas contribuem para o desenvolvimento de habilidades emocionais e sociais que serão essenciais no futuro”, destaca Vitor Hugo, diretor-geral da Escola Canadense de Brasília.
10. Maior consciência social e ambiental
Se antes a educação estava voltada para uma visão mais individualista e limitada ao espaço acadêmico, hoje as novas gerações estão mais atentas às questões sociais e ambientais. O Magnum Social é um projeto que promove ações de voluntariado e empreendedorismo social, com o objetivo de desenvolver o protagonismo estudantil e a formação de alunos engajados em fazer a diferença na sociedade. O projeto busca despertar nos alunos o desejo de transformar suas vidas em instrumentos de ação social, por meio da vivência da solidariedade, do acolhimento e da compaixão. Para isso, promove visitas a instituições parceiras, atividades lúdicas, culturais e esportivas, eventos internos na escola, campanhas beneficentes e capacitação de voluntários.
No âmbito da sustentabilidade, o Colégio Magnum Agostiniano busca desenvolver uma cultura de preservação e conservação do meio ambiente na comunidade escolar, expandindo a discussão de temas ambientais para uma visão mais ampla que abrange o ser humano, os recursos naturais e o modelo econômico vigente. O projeto visa construir uma cultura de preservação socioambiental, conscientizando sobre a importância de proteger o ambiente e seus recursos, e proporcionando vivências de diferentes formas de utilização dos mesmos.
Via | Assessoria Foto | Freepik
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