Um vídeo que circula em grupos de debate político de Rondonópolis mostra o deputado estadual e candidato a prefeito, Thiago Silva (MDB), pedindo voto para a candidata a vereadora, Izalba Albuquerque (REPUBLICANOS), ex-secretária de saúde do atual prefeito, Zé do Pátio (PSB), que ficou marcada pelas polêmicas compras de 22 respiradores falsos e mais de 17 mil rolos de papel higiênico, durante a fase aguda da pandemia da COVID-19, em 2020.
Thiago surge na gravação dizendo que Izalba está ‘preparada’ para fazer um ‘grande trabalho’ na Câmara Municipal, enfatizando que ela atuará, de maneira especial, na defesa dos interesses dos servidores públicos e também pela “luta por uma saúde de qualidade”. Nas redes sociais da candidata, são diversas as fotos com o postulante a prefeito do MDB, a quem tem pedido voto abertamente, disposição que o emedebista não tem observado em muitas lideranças do seu próprio partido.
Sobre seu histórico como secretária, Izalba ficou ‘famosa’ no período de emergência criada pela pandemia. O Brasil foi acometido de uma enxurrada de dispensas de licitações para facilitar a aquisição de insumos para abastecer as unidades de saúde, todavia, muitas irregularidades foram detectadas. Rondonópolis acabou palco de dois processos de compra que viraram notícia nacional, sendo que em um deles a Prefeitura investiu mais de R$ 4 milhões em 22 respiradores falsos.
Os técnicos da Secretaria de Saúde do Município, naquele momento comandada por Izalba, foram até a cidade de Goiânia, recolheram os equipamentos e os trouxeram até Rondonópolis sem conferir a mercadoria, segundo o relatado. Só quando chegaram constatou-se que, na verdade, o que havia sido adquirido eram monitores cardíacos adulterados com uma película plástica.
A situação virou caso de polícia, mas a facilidade em que o golpista conseguiu abocanhar tanto recurso dos cofres públicos locais revoltou a população. Em junho de 2020, a secretária acabou afastada do cargo por decisão judicial, após o Ministério Público Estadual – MPE e a Polícia Civil deflagrarem a Operação Stop Loss, que apurou no estado indícios de superfaturamento e irregularidades no gasto público durante a pandemia.
No centro do escândalo emergiu, dentre outras coisas, o procedimento de dispensa de licitação nº 37/2020, onde a pasta de Izalba encaminhou a compra de 8.500 unidades de papel toalha e 17 mil rolos de papel higiênico ao custo de R$ 715.870,00.
A reportagem tentou ouvir a ex-secretária e o candidato do MDB, mas eles não foram localizados.
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