Habilidades também podem ser desbloqueadas com a ajuda de professores
Você já se perguntou se seria possível medir as capacidades e habilidades criativas dos estudantes em sala de aula? Foi com esse propósito que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), por meio do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa 2022), conseguiu medir, pela primeira vez, as habilidades de pensamento criativo de quase 700 mil estudantes de 15 anos, em 64 países.
Os resultados obtidos com a aplicação de uma prova internacional de conhecimento, foram apresentados em conferência realizada no último dia 18 de junho, organizada pela OCDE e o Prêmio Yidan. Dessa vez, além de medir conhecimentos de alunos de escolas públicas e particulares em matemática, ciências e leitura, o programa incluiu a criatividade como objeto mensurável.
Estudantes dos países da OCDE obtiveram 33 pontos de um máximo de 60, sendo que 12 países (Singapura, Coreia, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Estônia, Finlândia, Dinamarca, Letônia, Bélgica, Polônia e Portugal) destacaram-se em termos criativos. Estudantes de Singapura alcançaram a maior pontuação média: 41 pontos em relação aos demais.
Para o especialista em educação Gilberto Barroso, cofundador e CEO da metodologia educacional De criança Para Criança (DCPC) – presente em 95 escolas brasileiras -, a criatividade é um componente extremamente importante no aprendizado, pois vai além do que é a retenção do conhecimento na sala de aula.
“Ela ajuda o indivíduo a caminhar em um mundo cada vez mais complexo. Sem a criatividade você engessa o indivíduo. Para nós, do De Criança pra Criança, trata-se de um ponto extremamente rico porque utilizamos o processo criativo para criar histórias com roteiro, desenhos de locução e narração em sala de aula. Sem a criatividade, esse processo não poderia existir”, argumenta.
Gilberto ressalta que ao olhar para a educação no mundo inteiro, a pesquisa da OCDE aponta as fragilidades e o que necessita ser melhorado nos sistemas educacionais.
“Durante a sua apresentação, Andreas Schleicher, diretor de Educação da OCDE e principal idealizador do programa, destacou algumas conclusões relacionadas à criatividade. “Vale Conferir!”, sugere Gilberto Barroso..
- Os sistemas educacionais fortes se destacam na criatividade, mas alguns dos melhores desempenhos em matemática experimentam quedas significativas no desempenho criativo;
- A criatividade diminui à medida que os alunos envelhecem, com os alunos de 10 anos mostrando mais criatividade do que seus colegas de 15 anos. Isso ocorre porque crianças nascem com muita criatividade, sempre dispostas a aprender, desaprender e reaprender.
- Além disso, nos países da OCDE, as meninas superam os meninos em pensamento criativo e possuem crenças mais positivas sobre criatividade, pontuando quase três pontos a mais que os meninos.
- A excelência acadêmica não é um pré-requisito para o pensamento criativo. Nesse sentido, o setor educacional finlandês vê a criatividade por meio do indivíduo, do processo, do produto e do ambiente, oferecendo uma estrutura abrangente para entender sua presença na educação.
O relatório também aponta que habilidades criativas podem ser desenvolvidas em sala de aula. Professores podem desbloquear a criatividade dos alunos e incentivá-los a explorar, gerar e refletir sobre ideias. Nesse sentido, as pedagogias aplicadas em sala de aula podem fazer a diferença. Nos países da OCDE, entre 60-70% dos estudantes relataram que seus professores valorizam sua criatividade e que os incentivam a apresentar respostas originais.
Mas qual a metodologia utilizada para medir a criatividade?
Criatividade e inovação são conceitos intimamente relacionados. Isso porque, segundo o relatório Pisa 2022, a criatividade tem impulsionado inovações na humanidade e na cultura por milênios. O pensamento criativo também ajuda jovens a adaptarem-se mais rapidamente às mudanças, tornando-se profissionais mais inovadores e flexíveis.
Os pesquisadores propuseram ainda domínios que podem ser mensurado em eixos como: a expressão escrita, que envolve a comunicação de ideias e imaginação por meio da linguagem escrita; a expressão visual, comunicação de ideias e imaginação através de recursos visuais; a resolução de problemas sociais, que consiste em compreender diferentes perspectivas, atender às necessidades de outros e encontrar soluções inovadoras e funcionais para as partes envolvidas; e a resolução de problemas científicos, como a capacidade de gerar novas ideias, projetar experimentos para sondar hipóteses, e desenvolvimento de novos métodos ou invenções para resolver problemas.
“Já avaliar e melhorar ideias refere-se à capacidade de o aluno avaliar limitações nas ideias e melhorar sua originalidade”, completa Giberto.
Sobre Gilberto Barroso
Especialista em educação e gamificação, um dos responsáveis pelo projeto
Criando Juntos, do De Criança Para Criança, que tem como um dos objetivos a
autonomia das crianças em sala de aula quando falamos de aprender por meio de
games, vídeos, histórias e o digital. É brasileiro nascido em São Paulo.
Formado em Administração, trabalhou em diversos segmentos, mas se especializou
no segmento de Pay Tv, atuando desde seu início no Brasil, distribuindo HBO até
ser diretor da Sony Pictures. Lançou vários canais como AXN, Warner, Sony,
Cinemax, HBO, E!, History Channel e E!. Em 2015 largou o segmento de Pay Tv
para lançar o programa De Criança para Criança. Gilberto é o presidente da
empresa e tem como propósito fazer com que crianças do mundo todo aprendam e compartilhem conhecimento de forma criativa e democrática.
Sobre o De Criança para Criança
O programa De Criança para Criança (DCPC) oferece um leque de metodologias de educação híbrida para escolas de todo o mundo. Do futuro para a escola, a proposta é oferecer às crianças a oportunidade de serem protagonistas, colocando-as no centro da aprendizagem. Através de uma plataforma simples, os professores são orientados a serem mediadores, fazendo com que os próprios alunos desenvolvam conhecimento sobre temáticas diversas. A partir de discussões, constroem coletivamente histórias, fazem desenhos e gravam locuções relativas às narrativas criadas, que posteriormente serão transformadas em animações feitas pelo DCPC, expandindo os horizontes educacionais.
Via | Assessoria Foto | Divulgação
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