Fascite plantar é a causa mais comum de dor na região do calcanhar, conforme estudo

O tecido conjuntivo do corpo, composto principalmente de colágeno, é também conhecido como fáscia. Essa estrutura fibrosa conecta e protege os órgãos, músculos, ossos, fibras nervosas e vasos sanguíneos, causando grande influência na saúde muscular e óssea, já que fornece suporte estrutural e força durante os movimentos.

A fáscia é o maior órgão sensorial do nosso corpo, mas por muito tempo foi negligenciada pela dificuldade de identificá-la. Com os avanços tecnológicos e melhores resultados de exames de imagem, foi possível perceber que o órgão é repleto de cavidades preenchidas por líquido, presente entre os tecidos do nosso corpo. 

O diretor do Centro de Aprendizagem de Anatomia Clínica da Universidade de Lancaster, Adam Taylor, explicou no artigo Fascia: the most neglected part of our body is finally starting to receive attention que é difícil enxergá-la no corpo, mas que é possível ter uma ideia de como a fáscia é comparando-a com um bife: seria como as finas listras brancas na superfície ou entre as camadas da carne.

Uma fáscia saudável influencia diretamente na manutenção do bem-estar, uma vez que confere mobilidade e flexibilidade ao corpo, permitindo movimentos mais fluidos. Também previne dores e lesões musculares, o que facilita a prática de atividades físicas, responsável por contribuir para a saúde do corpo e da mente, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). A orientação do órgão é realizar, pelo menos, 150 minutos de exercícios físicos por semana.

As autoridades de saúde reforçam a importância da atividade física regular para o organismo, como manter a saúde muscular e reduzir a gordura corporal. Muitas pessoas usam suplementos, como a creatina, para potencializar os benefícios já conhecidos. Entretanto, o que poucos sabem é que a prática de exercícios físicos também é influenciada pela saúde da fáscia.

Em entrevista à imprensa, a diretora do Centro Nacional de Saúde Complementar e Integrativa dos Institutos Nacionais de Saúde, Helene Langevin, explica que aqueles que não têm praticado atividades físicas recentemente precisam ser gentis com a fáscia, tentando restabelecer devagar o movimento que foi perdido. O alongamento dinâmico, que contrai o músculo enquanto o alonga, beneficia tanto a fáscia saudável, quanto a danificada. 

Como identificar problemas na fáscia?

Em 2007, a professora de anatomia da Universidade de Pádua, na Itália, Carla Stecco, descobriu que a fáscia está repleta de terminações nervosas, o que significa que ela pode ser uma fonte de dor. Assim, quanto mais tempo estiver danificada ou inflamada, mais sensível se tornará. 

Quando isso acontece, o tecido conjuntivo que liga a musculatura da sola dos pés com os ossos pode oferecer caminhos pelos quais as infecções se espalham. A fascite plantar é um processo inflamatório ou degenerativo que afeta a fáscia plantar e gera bastante dor nos pés. Segundo estudo publicado na Revista Brasileira de Ortopedia, uma a cada dez pessoas experimenta o desconforto nos pés ao longo da vida.

Entre os sintomas da fascite plantar estão a dor no meio do calcanhar e a sensação de queimação na sola do pé, que costumam piorar ao estar muito tempo em pé. Existem também problemas de saúde mais graves associados à fáscia, como é o caso da fasciíte necrosante. Apesar de rara, a infecção pode causar morte ao se espalhar rapidamente pelo corpo.

É importante consultar um médico ao suspeitar de algum problema relacionado à fáscia. Ele será responsável pela avaliação e orientação adequada. Segundo o diretor do Centro de Aprendizagem de Anatomia Clínica da Universidade de Lancaster, Adam Taylor, a ultrassonografia e a ressonância magnética se mostraram eficientes na visualização do órgão, principalmente em condições musculoesqueléticas e alterações patológicas na fáscia do ombro e do pescoço.

Suplementos ajudam na saúde óssea e na redução da inflamação

Assim como manter uma alimentação saudável, evitar o tabagismo e praticar exercícios, a suplementação de nutrientes pode desempenhar um papel importante nos cuidados com a saúde óssea e a redução da inflamação no organismo. 

Para isso, é necessário acompanhamento do profissional de saúde que pode orientar, por exemplo, sobre como tomar magnésio dimalato, nutriente que fortalece os ossos, pode ajudar no aumento da energia e melhora do desempenho físico. O médico ou nutricionista irá indicar a dosagem correta para conquistar os benefícios desejados.

Propriedades anti-inflamatórias e atuação na regeneração das cartilagens estão entre os benefícios que reforçam a importância do ômega 3 para a saúde. Essa gordura benéfica, encontrada principalmente nos peixes de água fria e sementes, diminui as citocinas pró-inflamatórias e diminui a dor articular.

Pesquisadores do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium relatam a importância do ômega-3 para melhorar ou prevenir a artrite e diminuir a atividade da doença na artrite reumatoide. Portadores desta patologia apresentam maior risco de desenvolver a fascite plantar.

Via | Assessoria Foto | Freepik

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