Romance traz a jornada de amadurecimento do jovem protagonista, que mergulha nas lembranças de sua tia-avó
O livro retrata as influências que a Segunda Guerra Mundial e, mais tarde, a Ditadura Militar brasileira tiveram no seio de uma família, com a destruição de amores, sonhos e relações.
O enredo parte do convívio entre Elisabeth, a tia Beth, e o sobrinho-neto Léo, convocado por ela para escrever um livro de memórias. Jovem estudante de Direito, o protagonista embarca em uma jornada de amadurecimento, enquanto descobre a beleza no convívio com a idosa, uma mulher forte e fonte inesgotável de resiliência.
Com encontros regados a café, doces e cigarros, as conversas amorosas e tocantes de quem testemunhou a história ganham o apoio de álbuns e diários, enquanto Beth “tira os esqueletos do armário” ao reviver os dramas da perda de um grande amor na juventude, o enfrentamento de um câncer e o desaparecimento do filho, Tavinho, durante a ditadura.
Se eu pedisse, tia Beth tiraria a peruca. Mas por que eu iria querer vê-la assim? (…) Ela era o que queria mostrar ao mundo, a somatória de suas aparências ao longo dos anos, de todos os rostos que a haviam encarado no espelho. Era feita de todas as cicatrizes, rugas, maquiagens e acessórios que escolhia. Jamais pediria a uma catedral que retirasse seus vitrais só para ver como o sol bate em seu altar.
(Tia Beth, p. 97)
Mais do que revirar a própria dor, Elisabeth também é alicerce para os abalos na jornada de Léo. Excelente memória, raciocínio rápido e língua ferina fazem dela a companhia perfeita para um jovem de 18 anos que, aos poucos, descobre as imperfeições, segredos e consequências de escolhas do passado, mas ainda impactantes para o presente e futuro familiar. Os dramas vivenciados pelos personagens conferem fluidez à narrativa e demonstram que, independentemente do tempo em que acontecem, os fatos se interligam e seguem moldando os envolvidos.
Ao longo dos capítulos, Leonardo de Moares constrói uma obra multifacetada capaz de encantar especialmente estudantes de todas as idades ao refletir sobre as implicações dos ciclos de violência do Estado na vida daqueles que sonham com um mundo melhor. Tia Beth é um vislumbre de todo o aprendizado que as gerações mais jovens podem alcançar se souberem escutar seus antepassados, não só com ouvidos atentos, mas com o coração aberto.
Via | Assessoria Foto | Divulgação
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