Consequência grave da Dengue: Entenda a Encefalite, uma infecção neurológica que pode ser fatal
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Consequência grave da Dengue: Entenda a Encefalite, uma infecção neurológica que pode ser fatal

22 de fevereiro é o Dia Mundial da Encefalite

O Brasil já registra, apenas neste ano,  um total 688.461 casos prováveis de dengue, com 122 mortes, de acordo com números divulgados pelo Ministério da Saúde. A explosão de casos de dengue em diversas regiões do país levou ao menos quatro estados – Acre, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal e o município do Rio de Janeiro a decretarem emergência. Estima-se que o Brasil tenha até o final do ano 4,1 milhões de infectados pela doença.

Recentes surtos de febre do dengue no Brasil levaram autoridades de saúde pública a lançar uma campanha de imunização voltada para crianças de 10 a 11 anos. Dentre os sintomas estão febre, dores no corpo, dores ósseas, dores musculares, dor atrás dos olhos e até náuseas, vômitos e até mesmo diarreia.

Embora a maioria das pessoas se recupere em cerca de uma semana, casos graves podem levar a emergências com risco de vida. Dentre as várias consequências da dengue, uma delas é pouco falada, mas pode ter efeitos graves:  A Encefalite uma inflamação severa do parênquima cerebral que possui inúmeras causas e que se não tratada, pode resultar em sequelas como problemas motores e de fala, paralisia e hemiplegia e até mesmo levar à morte. O dr Sarosh Irani, Bacharel em medicina e cirurgia, neurologista e pesquisador da Mayo Clinic, em Jacksonville, Florida, esclarece algumas dúvidas sobre a doença e ressalta a importância de aumentar a conscientização sobre seu diagnóstico.

“Vários médicos, e certamente o público, não estão cientes sobre a encefalite. No entanto, é uma emergência médica, onde sabemos que o tratamento precoce faz uma grande diferença para os nossos pacientes, tanto aqueles com as formas infecciosas da doença — e talvez a mais comum atualmente e que pode ser causada pela dengue — quanto os com as formas autoimunes da doença,” aponta o Dr. Irani.

Os dois principais tipos ou divisões da encefalite são os infecciosos e os autoimunes.A encefalite infecciosa pode ser causada por vírus que invadem o cérebro, tais como herpes e enterovírus e a dengue.   Sintomas como dor de cabeça e febre desenvolvem-se rapidamente, ao longo de dias ou de semanas e podem evoluir para sintomas mais graves dentro de horas ou dias, como confusão, mudanças de personalidade, convulsões e perda de sensibilidade ou movimento em áreas específicas do corpo.

 Já a  encefalite autoimune pode ser desencadeada por uma infecção em outras partes do corpo (encefalite autoimune pós-infecciosa) ou por um tumor (encefalite autoimune paraneoplásica). Contudo, em cerca de 90% dos casos, a causa não é encontrada.Os sintomas podem desenvolver-se rapidamente, como por encefalite infecciosa, ou mais lentamente durante semanas ou meses, e podem não incluir febre. Esses sintomas da encefalite autoimune podem incluir mudanças na personalidade, perda de memória, problemas de compreensão da realidade (psicose), alucinações (ver ou ouvir coisas que não existem), convulsões e movimentos incomuns. 

“A prevenção é um desafio importante”, afirma o Dr. Irani. “Não temos medidas preventivas consistentes para essas doenças. Apenas algumas causas infecciosas podem ser evitadas com a vacinação. Existem também algumas causas de encefalite infecciosa que podemos prevenir limitando a propagação de pessoa para pessoa ou tentando impedir, por exemplo, vetores como os mosquitos aedes aegipt . 

Para causas autoimunes, não sabemos como prevenir esta doença, isso ainda é uma questão importante para todos os nossos pacientes,” diz ele. O Dr. Irani lidera uma equipe de pesquisa que estuda doenças neurológicas autoimunes.

“Um dos nossos principais objetivos é descobrir como podemos educar outros neurologistas e médicos em todo o mundo para identificar pacientes precocemente e dar-lhes um tratamento precoce”, diz o Dr. Irani. Ele afirma que a pesquisa é sobre usar a ciência para criar tratamentos personalizados que fazem a diferença para os pacientes.

“Queremos saber como as células do sistema imunológico que causaram a doença apareceram, como elas se perpetuam, para quais compartimentos corporais vão, em quais partes do corpo residem e, claro, principalmente, como podemos excluí-las com precisão sem dar aos pacientes muitos efeitos colaterais”, aponta Dr. Irani.

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