Dieta vegana ajuda na diminuição das ondas de calor da menopausa, aponta pesquisa
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Dieta vegana ajuda na diminuição das ondas de calor da menopausa, aponta pesquisa

O ginecologista Dr. André Vinícius explica como a alimentação influencia na qualidade de vida das mulheres que passam pelo estágio hormonal

Segundo um estudo publicado na revista Complementary Therapies in Medicine, realizado com a participação de 84 mulheres, uma dieta vegana com baixo teor de gordura e com a inclusão de soja proporciona a alteração no microbioma intestinal, resultando na diminuição das ondas de calor da menopausa.  Os fogachos podem ser reduzidos em até 95%, um dos sintomas principais do estágio hormonal. “Sabemos que a utilização de alimentos ricos em fitoestrogênios – substâncias que imitam o hormônio produzido pelo ovário da mulher , podem ter efeitos positivos nos calorões”, afirma Dr. André Vinícius.

O levantamento feito com participantes que relatavam ter de duas a três ondas de calor moderadas a graves diariamente, apontou a redução em 96% dos fogachos diurnos e em 94% dos noturnos, também houve a diminuição de 96% das ondas de calor moderadas a graves. “Além da redução dos fogachos pela presença dos fitoestrogênios presentes na dieta vegana, o fato desta alimentação ser rica em fibras também favorece um melhor funcionamento do intestino da mulher – que no geral está prejudicado na menopausa. Sabemos que o consumo de fibras vegetais está associado a uma maior produção dos chamados ácidos graxos de cadeia curta – a saber- propionato, acetato e butirato, que são responsáveis pelo reparo das células intestinais , fortalecendo a nossa imunidade e também para redução do risco de resistência insulínica – super comum e grande responsável pelo ganho de peso da mulher após a menopausa.

Para identificar os resultados da dieta vegana, um grupo de mulheres seguiu o planejamento alimentar com baixo teor de gordura e com a ingestão de meia xícara de soja cozida por dia, já outro grupo seguiu sua dieta habitual ao longo de 12 semanas. Para a avaliação do microbioma intestinal, foi separado um subgrupo com 11 participantes que tiveram suas amostras de fezes coletadas. Conclui-se que as mulheres que seguiram a dieta vegana tiveram alterações na quantidade de diversas famílias, espécies e gêneros de bactérias em seu intestino, sendo o principal fator para a descoberta da ligação entre as bactérias e as ondas de calor ao estabilizar os níveis de estrogênio, entre outros benefícios, também foi relatado o aumento da saciedade, fazendo que com as participantes perdessem mais de 6kg ao longo do estudo, e reduzindo a inflamação do organismo.

Em contraponto a dieta vegana  sabe-se também que uma dieta rica em alimentos ultraprocessados (salame, salsicha, presunto) , industrializados (biscoitos recheados, pães de forma, sorvetes) ricos em açúcar refinado bem como frituras devem ser evitados pois pioram o processo inflamatório sistêmico do corpo, levando a risco aumentado de desenvolvimento de diabetes, hipertensão e outras doenças cardiovasculares.

A diminuição de bactérias no organismo das participantes que adotaram a dieta, como Porphyromonas, Prevotella corporis e Clostridium asparagiforme, proporcionaram além da redução dos episódios de fogachos a melhora na qualidade de vida dessas mulheres.

As escolhas alimentares ao longo da vida da mulher vão influenciar sua saúde, para ter uma menopausa saudável é necessário que a mulher opte por um estilo de vida mais saudável, onde a alimentação apresenta um papel crucial. Dr André sugere: “as mulheres devem incorporar na sua alimentação cotidiata alimentos como:  linhaça, ervilhas, grãos inteiros, vegetais – pelo seu efeito anti-oxidante, castanhas – pelo aporte de selênio necessário para um adequado funcionamento da tireoide. O consumo de beterraba e melancia também estão associados com redução dos fogachos – pois aumentam a produção do óxido nítrico (sua ausência faz os vasos terem espasmos e gerarem cefaleia e risco cardiovascular)

Sintomas da menopausa

Segundo o ginecologista, são descritos mais de 76 sintomas, entre os mais comuns incluem: ondas de calor (os chamados fogachos), alterações no humor (tendência a tristeza e ansiedade), insônia, diminuição da libido (Desejo sexual), secura vaginal, e irregularidades menstruais antes da cessação completa, ganho de peso.

A importância do tratamento hormonal para o alívio dos sintomas

“A reposição hormonal repõe os hormônios sexuais (estrogênio, progesterona e testosterona) que diminuem durante a menopausa pela ausência de produção deles pelos ovários, aliviando os sintomas e prevenindo complicações associadas à deficiência hormonal”, explica o médico.

De acordo com o profissional, a reposição hormonal pode aliviar sintomas como ondas de calor, melhorar a saúde óssea, reduzir o risco de doenças cardiovasculares e promover o bem-estar emocional, impactando positivamente a qualidade de vida durante a menopausa.

Sobre o Dr. André Vinícius

Formado pela Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande (PB), e com mais de 10 anos de experiência na área, André Vinícius é Mestre em Ciências da Saúde, especializado em Ginecologia e Endoscopia Ginecológica pelo Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (IAMSPE) e pós-graduado em Fisiologia Hormonal. Professor de Ginecologia da Universidade Federal de Campina Grande. Atua com foco em menopausa e na Terapia de Reposição Hormonal, levando uma qualidade de vida maior para mulheres que estão passando por esse período. Ao longo de sua carreira, André ajudou mais de 3 mil alunos no seu curso sobre a Terapia Hormonal e mais de 2 mil alunos em seu curso sobre Endometriose.

Via | Assessoria Foto | Freepik

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