“Enseada dos Corais”: Um mergulho nos espaços humanizados para crianças e adolescentes
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“Enseada dos Corais”: Um mergulho nos espaços humanizados para crianças e adolescentes

Hoje, dia 29 de novembro, é Dia Nacional da Humanização. Conheça o trabalho do Desiderata na ambientação de espaços de diagnóstico e tratamento infantojuvenis

No início deste mês, Raiane Ferreira, 16 anos, fez o trajeto de quase 20 quilômetros da Pavuna ao Hospital Municipal Jesus (HMJ), em Vila Isabel, para ser internada pela vigésima segunda vez em 15 anos. A adolescente tem uma síndrome nefrótica, uma doença rara que atinge os rins, e, desde que tinha um ano de idade, passa por tratamentos em diferentes espaços do hospital, que é referência no atendimento a crianças e adolescentes no Rio de Janeiro.  

Desta vez, no entanto, Raiane se surpreendeu ao “mergulhar” em um ambiente diferente das internações anteriores. No último dia 17, a menina foi transferida para a “Enseada dos Corais”, uma das novas enfermarias humanizadas do Hospital Municipal Jesus. 

“Esse espaço está bem mais bonito, ela gostou e se ela gostou, para mim está ótimo. Eu acho que tem criança que gostou bastante da decoração, tinha uma que estava até “nadando”, observando as luzes, aproveitando esse espaço”, conta a mãe de Raiane, Andrezza Ferreira da Silva, 38 anos. 

“Enseada dos Corais” são as primeiras enfermarias humanizadas do Hospital Municipal Jesus. Com 305 metros quadrados e 16 leitos de internação, elas foram ambientadas com cenários que remetem ao fundo do mar e recebem crianças e adolescentes com problemas de saúde de média complexidade. Além dos painéis e pinturas especiais, o espaço também teve todo o mobiliário trocado e ganhou uma área de convivência para as crianças e seus acompanhantes.  

O pequeno Gael Catarino, 3 anos, também se encantou com o ambiente – um alento na rotina de internações do menino que, desde os 6 meses de idade, é paciente do HMJ. “Foi muito legal para as crianças, em especial para o meu filho, que é autista e gostou muito das cores e dos peixes. Além disso, o ambiente ajuda no tratamento, principalmente durante a medicação, porque distrai a criança que normalmente fica nervosa”, aprovou Lorrane Catarino, mãe de Gael.  

Os efeitos positivos dos espaços humanizados também são percebidos no dia a dia dos profissionais de saúde. No HMJ, a nova enfermaria já começou a fazer diferença para Edna Lúcia de França, 65 anos, a enfermeira mais antiga do Hospital Jesus, onde trabalha há 34. 

“Disseram que a gente ia para uma enfermaria nova, mas eu não imaginava uma reforma tão grande e bonita. Acho que as crianças vão gostar muito desses peixinhos, dessas cores, e vão ficar felizes. Vai ter uma melhora muito grande, porque quando vamos puncionar veia ou fazer algum procedimento, elas ficam muito nervosas, chorando, e, agora, não vão se incomodar tanto com os procedimentos, vão ficar mais entretidas”, diz Edna. 

Humanizar a saúde é política pública   

Além das novas enfermarias, o HMJ conta com outros quatro espaços de exames que também foram transformados por projetos realizados em parceria com o Instituto Desiderata e a iniciativa privada. Todos eles seguem as diretrizes da política nacional de humanização do Sistema Único de Saúde, a HumanizaSUS, criada em 2003. Contar com um ambiente adequado e acolhedor para o atendimento e o trabalho estão entre as premissas da Política Nacional de Humanização

Em pesquisa feita pelo Instituto Desiderata, em 2017, com 150 crianças, adolescentes e cuidadores e mais de 70 profissionais de saúde, 86% dos pacientes apontaram redução na sensação de dor e da ansiedade. Já entre os acompanhantes, 73% disseram estar menos ansiosos.  O impacto positivo da transformação também é sentido pelos profissionais de saúde: 84% relataram maior satisfação com o ambiente de trabalho em outros espaços beneficiados pelos projetos de humanização realizados pelo Desiderata. 

Desiderata: Humanização ao longo dos anos 

Atuando há 20 anos em parceria com gestores públicos, hospitais especializados e sociedade civil para fortalecer o SUS e promover o diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil no Rio de Janeiro, o Instituto Desiderata entendeu que ambientes humanizados são aliados importantes para crianças e adolescentes que passam por longos processos de investigação diagnóstica e tratamento.  

Por meio da estratégia Unidos pela Cura, e parcerias com o poder público e a iniciativa privada para tornar esses espaços uma realidade no Rio de Janeiro. Todos os projetos foram idealizados pelo arquiteto Gringo Cardia. 

No ano de 2007, foi inaugurado o 1º Aquário Carioca, uma sala de quimioterapia pediátrica com inspiração no fundo do mar, localizada no Hospital Federal dos Servidores do Estado, no centro do Rio de Janeiro. De lá para cá, já foram 11 espaços humanizados.  

Os dois últimos foram as recém-inauguradas enfermarias pediátricas do Hospital Municipal Jesus, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e financiadas pela Chevron.   

“O Desiderata investe na humanização e espaços de diagnóstico e tratamento de crianças e adolescente nos hospitais públicos por acreditar fortemente nessa filosofia. Nós entendemos que a jornada de tratamento e a recuperação passa por muito além de procedimentos clínico, mas, fundamentalmente, por enxergar e respeitar o ser humano que está ali. Nesse caso, os pequenos seres humanos. E vai haver ansiedade, medo, angústia… É preciso levar em consideração esses sentimentos, não só deles, mas de seus cuidadores e dos profissionais envolvidos. A transformação desses espaços em ambientes lúdicos tem o propósito de criar uma atmosfera de acolhimento e tornar a experiência menos desagradável possível”, reforça Renata Couto, diretora executiva do Instituto Desiderata. 

Via | Assessoria Foto | Divulgação

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