Nova proposta visa descentralizar as informações financeiras dos tradicionais bancos e permitir que o cliente mantenha o controle de seus próprios dados
A primeira fase do Open Banking começou a operar no Brasil no início de fevereiro. Esse novo sistema tem como objetivo descentralizar as informações financeiras dos tradicionais bancos e permitir que o cliente mantenha o controle de seus próprios dados. De acordo com o Banco Central, são obrigadas a aderir todas as instituições dos segmentos S1 e S2, que possuem porte igual ou superior a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Com o novo sistema, será possível levar as informações financeiras de cada cliente para qualquer outra instituição, além de ampliar os serviços oferecidos, o que favorecerá a competição e a flexibilidade. “O Open Banking tem como principal objetivo e benefício o aumento da concorrência no setor financeiro, uma vez que qualquer empresa poderá acessar os dados dos clientes e estarão em igualdade de condições com bancos maiores. Para o cliente, a vantagem é que, se ele tiver um bom histórico bancário, consegue melhores condições para um empréstimo, financiamento ou qualquer outro serviço. O serviço também visa reduzir fraudes, pois, com os dados abertos a todos, não será possível adulterar as informações”, afirma Francisco Carvalho, CEO da Zipdin, techfin que opera por meio de uma plataforma 100% digital e tem o objetivo de democratizar o acesso ao crédito e a serviços bancários para pessoas e empresas.
O processo de implementação da nova estrutura no Brasil foi dividido em quatro fases. A primeira, iniciada em fevereiro, serviu para as instituições financeiras divulgarem os produtos e serviços que oferecem, informações sobre agências e tarifas cobradas. A segunda fase será em julho, quando os clientes poderão dar ou não o aval para compartilhamento de dados básicos entre as instituições. Para agosto, está programada a terceira fase, que consiste na liberação dos serviços de transação de pagamentos. A quarta fase, em dezembro, será dedicada ao compartilhamento dos demais dados e transações dos clientes, incluindo operações de câmbio, investimentos, seguros e previdência.
De acordo com Carlos Terceiro, CEO e fundador da Mobills, startup de gestão de finanças pessoais, o Open Banking vai colocar definitivamente as pessoas com o poder sobre os seus dados. “Com isso, existe um benefício direto para a Mobills onde poderemos acessar uma estrutura segura e com uma ótima experiência para agregar os dados de forma automática em nossa plataforma de controle financeiro, tudo isso com consentimento dos nossos clientes. Garantindo assim uma experiência fluída, sem complexidade e segura dentro da nossa plataforma”, afirmou o executivo.
Francisco Carvalho pontua ainda que o avanço e crescimento das fintechs e startups financeiras lançará como tendência uma maior adesão ao open banking. “O uso do Pix já nos mostrou que o brasileiro está aberto a inovações e alguém que é bom pagador não tem razão para não aderir ao open banking, só tem a ganhar”.
Outros países – Estados Unidos, Canadá, União Europeia e Hong-Kong – já estudam formas de também implementar o Open Banking, principalmente pelas vantagens gerais como mais liberdade e autonomia. Um dos primeiros nesse processo foi o Reino Unido.
Carlos Terceiro diz que o Open Banking é a infraestrutura e tecnologias que serão capazes de colocar o cliente com total poder das suas informações. “Isso potencializará mercados existentes como também o surgimento de diversas novas oportunidades que não conseguimos enxergar hoje”, finaliza.
Via | Assessoria
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