Um fato novo surgiu relacionado ao acidente que matou a da adolescente e DJ, Marina Centena, a BIBI, de 17 anos, em 9 de abril do ano passado em Sinop (a 500 km de Cuiabá). Três cheques no valor cada um de R$ 5 mil, assinados pela ex-prefeita Rosana Mertinelli, foram para uma das testemunhas que mudou o depoimento por pelo menos duas vezes sobre o episódio. Por conta disso, a família da DJ busca esclarecimentos. A vítima estava na S10, registrada no nome do marido de Rosana Martinelli (PL), que bateu em um caminhão estacionado em uma das vias do município.
O grave acidente aconteceu por volta das 4h30, na rua dos Angicos. A jovem ficou presa às ferragens e não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local. Segundo o advogado Marcos Vinícius Borges, a família da DJ não estava satisfeita com a investigação da Polícia Civil e os procurou para que pudessem os auxiliar juridicamente “nos habilitando como assistente de acusação”.
“Ao ler o inquérito policial bem como o relatório elaborado pela autoridade policial notamos que de certa forma este inquérito era inconclusivo e possuía aos nossos olhos falhas operacionais e elementos que traziam questionamentos que não foram aprofundados em fase inquisitorial”, pontuou.
Marcos Vinicius aponta que todas as testemunhas que estavam no carro foram ouvidas por autoridade policial cerca de 15 dias após o acidente. E que todos relataram com riquezas de detalhes e convicção de que seria Osmar Martinelli na direção do veículo, ainda afirmando que estariam todos embriagados, confirmando o que fora falado em primeiro momento do acidente, bem como com reconhecimento fotográfico.
“O espanto da assistência de acusação aumentou ao verificar que todas essas testemunhas misteriosamente alteraram seus depoimentos cerca de 2 meses depois, informando que não seria Osmar na direção e que estariam bêbados, ou que não se lembravam de detalhes. Porém, aos nossos olhos esses depoimentos não merecem prosperar uma vez que por duas vezes (no momento do acidente e 15 dias após) informaram com riquezas de detalhes sobre o acontecido e de repente mudaram suas versões”, fala.
Ele destaca ainda que existem diversos pontos não esclarecidos, e por conta disso, buscaram uma investigação particular. Onde tivemos a informação de 03 folhas de cheques-nos valor de R$ 5.000,00 cada uma- nominais da ex-prefeita Rosana Martinelli e mãe de Osmar Martinelli (até então principal suspeito) para uma dessas testemunhas (Pamela).
“Procuramos para verificar se existia algum processo em aberto da testemunha contra a ex-prefeita ou seu filho que justificasse o valor e não encontramos nada. Ao que também questionamos publicamente sobre a que título esses cheques foram pagos.
Como a resposta mais comum seria de que se trataria de indenização já que a testemunha, por ora, também se enquadraria como vítima ainda ficaria alguns questionamentos”, disse.
O advogado destaca ainda que a família tem muitos questionamentos entre eles está, se não seria Osmar na direção, por qual razão a ex-prefeita estaria disponibilizando este pagamento sozinha, uma vez que a família de Gustavo é bem-sucedida e empresário, e que possivelmente se trataria de uma responsabilidade solidária. “ Existiram mais testemunhas- vítimas indenizadas nesse processo? Poderia apresentar números de processos e pagamentos as demais? Por qual razão procurou indenizar apenas testemunha viva (que possui voz ativa no processo) ”, questiona.
Ele frisa ainda que ou fato que indignou a família Centena foi o fato de Osmar à época dos fatos ter saído da cidade por meses sem ser interrogado ou ouvido. “Vindo a apresentar suas versões apenas ao final do inquérito após as alterações das declarações das testemunhas. A família de Marina Centena (Dj Bibi) continua atrás de respostas e com suas investigações”, pontua.
Outro lado
A reportagem do RDNews entrou em contato com advogado da ex-prefeita Rosana Martinelli, Carlos Melgar, na quarta (17) para repercutir as declarações do advogado da família Centena.
Na tarde desta quinta (18), a defesa de Rosana Martinelli informou que, em relação aos cheques emitidos, não há nenhuma ilegalidade por ela praticada, que irá se manifestar formalmente sobre as acusações em momento oportuno. “E que os responsáveis pelas calúnias e difamações serão responsabilizados cível e criminalmente”, diz o posicionamento.
O caso
Em julho do ano passado Polícia Civil de Sinop confirmou que quem conduzia a S10 durante acidente que matou a DJ Bibi, 17 anos, não era o filho de Rosana Martinelli (PL), Osmar Augusto Dallastra Martinelli. De acordo com a investigação, exame de DNA comprova que o sangue encontrado no airbag do volante é de Gustavo Ramos, de 23 anos, que já havia afirmado estar na direção. A informação foi divulgada por meio de uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta (09), com o delegado Carlos Eduardo Muniz, da Polícia Civil da cidade.
Via | RD NewsShare this content: