Mato Grosso | Justiça Federal bloqueia quase R$ 29 milhões em bens de fazendeiro que desmatou mais de 1,2 mil hectares
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Mato Grosso | Justiça Federal bloqueia quase R$ 29 milhões em bens de fazendeiro que desmatou mais de 1,2 mil hectares

Alvo da ação, dono de fazenda foi responsável pelo desmatamento de 1,2 mil hectares da Amazônia no interior do Mato Grosso.

A Justiça Federal determinou o bloqueio de quase R$ 29 milhões em bens de um fazendeiro responsável por desmatar ilegalmente 1271 hectares da Amazônia Legal, em Juara, a 695 km de Cuiabá.

O pedido foi feito pela Advocacia-Geral da União (AGU), por meio da Força-Tarefa em Defesa da Amazônia.

O fazendeiro foi responsável por desmatar ilegalmente 1271 hectares da Amazônia Legal, em Juara, a 695 km de Cuiabá.

O infrator ambiental, dono de uma fazenda na região, foi autuado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por suprimir irregularmente trechos de vegetação nativa da Amazônia. Em vistoria realizada na área, o Ibama constatou as irregularidades.

Conforme explicou a AGU em juízo, o réu somente poderia explorar economicamente a Reserva Legal se cumprisse determinados requisitos legais.

Segundo a Advocacia-Geral, a Licença Ambiental Única emitida pelo estado mato-grossense previa, como condicionante, que o infrator adquirisse mais de mil hectares em unidades de conservação e apresentasse um projeto de recomposição de área degradada. Como ele não cumpriu o termo de compromisso, o processo de licenciamento ambiental foi arquivado pelo estado.

A AGU informou na ação civil pública que o infrator impediu a regeneração natural da floresta, inclusive promovendo exploração sem licença ambiental válida.

A Procuradora Federal Patrícia de Morais Patrício revela que a AGU demonstrou, por meio de imagens de satélite extraídas em 2020, que o dano ambiental continua atual.

No último dia 14 de janeiro, a Subseção Judiciária de Juína decretou a indisponibilidade dos bens do réu no valor de R$ 28,9 milhões, solicitados pela AGU para a regeneração da área desmatada (R$ 19,2 milhões) e para o pagamento de danos morais coletivos (R$ 9,6 milhões). A Justiça determinou ainda a suspensão de incentivos e benefícios fiscais eventualmente concedidos ao réu, bem como o direito de ter acesso a empréstimos oferecidos por instituições públicas.

Em defesa da Amazônia

Criada em setembro de 2019, a Força Tarefa da AGU propõe ações na Justiça contra grandes desmatadores da floresta. A equipe atua em demandas judiciais específicas que tenham por objeto o exercício do poder de polícia, a reparação dos danos e a execução de créditos considerados prioritários relativos à Amazônia Legal.

Os processos são movidos contra, aproximadamente, 230 acusados pela devastação de 135 mil hectares da Amazônia Legal, nos estados de Mato Grosso, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Maranhão e Acre.

Com base nessas ações, a Justiça já determinou o bloqueio de bens e valores de mais de R$ 806 milhões de grandes desmatadores. Até o momento, a equipe de procuradores federais e advogados da união ajuizou 114 ações civis públicas que cobram mais de R$ 2,6 bilhões de infratores ambientais.

Via | G1

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