Especialidade pode beneficiar tratamento de outros tipos de câncer
Considerada a nova fronteira da medicina, a neuro-oncologia trata dos cânceres do cérebro e da medula espinal. Ainda não existem números muito precisos no Brasil, mas nos Estados Unidos esse tipo de doença acomete 30 pessoas em cada grupo de 100 mil todos os anos. No país existem poucos profissionais e em Mato Grosso só há, por enquanto, um único profissional.
“Eu sou cuiabano e quero devolver para essa cidade, que me formou e capacitou médico, este novo ramo da oncologia e atrair novos médicos para essa área. Minha intenção é fazer de Mato Grosso um polo de neuro-oncologia. “É um projeto ambicioso, mas quero fazer”, explica Gabriel Batistella, neurologista e neuro-oncologista pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo.
Batistella é referência no tratamento de tumores cerebrais em adultos, fazendo frente tanto aos tumores que nascem do cérebro quanto as metástases que chegam ao cérebro. Sua especialidade está em crescimento e constante evolução, à medida que novas estratégias diagnósticas, terapêuticas e fatores prognósticos estão sendo descobertos. Durante três semanas por mês ele trabalha em São Paulo, mas durante uma semana por mês o neuro-oncologista atende os pacientes na clínica Oncolog.
O médico explica que o sistema nervoso central e periférico está, quase que invariavelmente, presente e exposto durante o tratamento contra qualquer tipo de câncer. “As metástases mais frequentes para o cérebro são do câncer de pulmão, mama e pele”, explica. O câncer de pulmão é que mais frequentemente ocorre no cérebro, mas tumores provenientes da mama e da pele (melanoma) são também frequentes.
Há vários tratamentos já consolidados para tumores que nascem do cérebro, assim como para as metástases, como quimioterapias, terapias alvo, imunoterapia, a radioterapia e radio- cirurgia, e a neurocirurgia. “Cada paciente é único. O grande aspecto necessário para determinar o protocolo para tratamento, assim como para gerar planos futuros em caso de recidiva, é a genética tumoral, seu perfil molecular; portanto, hoje, nós conseguimos conhecer o DNA do tumor, o que vai facilitar a escolha do tratamento. A terapia alvo é uma das grandes revoluções no tratamento oncológico, pois é projetada para bloquear o crescimento e disseminação das células cancerígenas que apresentarem um alvo para uma droga que gostaria de atacar este alvo”, explica.
Para Gabriel Batistella, os avanços diagnósticos e do tratamento do câncer no cérebro irão melhorar muito a qualidade de vida dos pacientes. “O tratamento mais adequado contra o câncer melhora tudo o que está fora, e dentro do cérebro também. Para se ter uma ideia, boa parte das quimioterapias podem, de alguma forma, atingir o sistema nervoso central (cérebro e medula espinal) e o periférico, que são os nossos nervos. Nós temos que saber procurar a genética do tumor corretamente. E é preciso conhecer como o tumor se comporta. Individualizar o paciente. O investimento é na vida do paciente, não no tratamento oncológico”, conclui.
De acordo com o diretor da Oncolog, o oncologista André Crepaldi, a incorporação desse novo tratamento na clínica ajudará a tornar Mato Grosso referência no combate ao câncer. “Estamos focados em ampliar nossa estrutura com mais serviços voltados ao tratamento de câncer, para que os mato-grossenses não precisem sair do Estado para encontrar tratamentos eficazes, modernos e acessíveis”, afirmou.
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