A internet não é “terra sem lei”
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A internet não é “terra sem lei”

Divulgar informações, comentar uma foto, conversar pelo bate-papo, encontrar amigos com quem não falava há muito tempo ou até mesmo conhecer novas pessoas. Não é necessário ter uma bola de cristal nas mãos para perceber a onda de transformações que a sociedade atual vem passando nas últimas décadas, especialmente após o boom da internet, cada vez mais acessível. Mas, e aí? Diante de tantas mudanças, como se portar nas redes sociais? A pergunta paira no ar. Apesar dos grandes veículos de comunicação abordarem com frequência a questão da ética na internet, não é raro encontrar pessoas que opinam, ofendem ou simplesmente contam fatos da vida pessoal como se estivessem conversando com amigos íntimos, sem se importar com os perigos que tais atitudes podem ocasionar.

Seja por meio do Facebook, Twitter, Instagram ou Flickr, aquela velha frase “faça ao outro o que gostaria que fizessem a você” poderia e deveria ser facilmente aplicada no ciberespaço. Ao contrário do que muita gente pensa, a internet não é “terra sem lei” e crimes como calúnia (artigo 138), difamação (artigo 139) ou injúria (artigo 140), podem ser enquadrados no Código Penal, bem como preconceito ou discriminação (artigo 20) na Lei 7.716/89. Ah, e não adianta pensar que nas redes sociais é só fazer um fake (perfil falso) e ficar invisível. Afinal, através do IP (protocolo de internet) é possível verificar em que máquina tais informações foram geradas. Portanto, tenha cuidado com o que fala dos outros e para os outros.

O único responsável

Outra atitude cada vez mais comum dos internautas, devido à facilidade dos celulares com câmeras, é a postagem de vídeos nas redes sociais sem a prévia autorização da “vítima”, que muitas vezes só fica sabendo após comentários. Tal atitude, além de antiética, poder ser classificada como falta de respeito e invasão de privacidade e o prejudicado pode, sim, processar o autor do vídeo. O mesmo serve para postagens ofensivas.

Diante disso, não dá para deixar de falar da crescente auto-exposição dos internautas, especialmente os jovens. O que para muitos serve para contar vantagem ou como indiretas na rede (fotos constantes em festas com namorado[a], por exemplo), se configura como falta de educação e indiscrição. Nas redes sociais é sempre importante lembrar: você não é a única pessoa que navega no ciberespaço, mas é o único responsável por suas ações.

[Sara Gomes é jornalista e pós-graduanda em Jornalismo e Convergência Midiática]

Fonte | Observatório da Imprensa

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